Academia participa da Fliparaíba com estande de folhetos e lançamentos
A Academia de Cordel do Vale do Paraíba esteve presente na Fliparaíba, festival literário que objetivou conectar culturas do Brasil, África e Portugal em um diálogo transformador sobre a língua portuguesa, realizado nos dias 28, 29 e 30 de novembro, no Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa.
Robson Jampa, que integra a Academia de Cordel do Vale do Paraíba, lembrou que o cordel é um gênero literário nascido na Paraíba e que representa “uma grande resistência do Nordeste”. E se orgulha ao dizer que hoje vive unicamente de sua arte. “O cordel quase desapareceu nos anos 1990, mas resistiu e voltou a ter força a partir dos anos 2000. Eu me considero como parte de uma nova geração, já que comecei a escrever há apenas oito anos, mas hoje tenho umas 100 histórias de minha autoria já lançadas”, comemora.
Robson explica que são cerca de 10 cordelistas que estão se revezando no estande da Academia de Cordel e que, ao todo, eles trouxeram de diferentes partes da Paraíba cerca de 200 títulos diferentes. “É uma variedade incrível de títulos, temas, histórias”. Sobre o Festival, ele destaca um importante processo de resistência e de defesa para a literatura. “Um evento como esse é o que estava faltando. Porque nos traz vendas, contatos, visibilidade. Em tempos de telas, a preservação da arte é vital”.
Na sexta-feira (29) o pavilhão de livros foi palco do lançamento de “l00 anos de Encanto: Os Voos do Pavão Misterioso”, coletânea organizada por Joseilda de Souza Diniz e Josenildo Maria de Lima sobre esse folheto, uma das histórias mais lidas e publicadas pela cadeia produtiva do cordel.
A poetisa e professora Palloma Brito, residente na cidade de Livramento (PB), é uma das cordelistas que figura na obra e detalhou de que maneira se deu sua colaboração. “No dia a dia, uso a poesia como suporte e auxílio nos processos de leitura e escrita. Eu participava de um grupo e vi o convite para recontar essa história, que é inspiradora tanto para quem lê, como para quem cria. Nossa coletânea é valiosa para a literatura brasileira e, através da vinculação à UEPB, a credibilidade e a visibilidade foram intensificadas. Digo isso porque depois tive a oportunidade de compor a edição do livro didático do Estado da Paraíba, incluindo o centenário do Pavão Misterioso, com a referência bibliográfica da Universidade, um feito bastante importante e que servirá de fonte segura para pesquisas”, explanou.
Além de Palloma, constam na publicação os poetas Alexandre Eduardo Araújo, Anne Karolynne Santos de Negreiros, Antonio Marcos Monteiro, Aparecida Cardoso, Arnaldo Mendes Leite, Bento Júnior, Claudete Gomes, Cristine Nobre, Dalmo Oliveira, Dalva Mendonça, Eduardo Nask, Fábio Mozart, Gilberto Baraúna, Gorrión da Rabeca, Juliana Soares, Márcio Bizerril, Merlanio Maia, Orlando Otávio, Thiago Alves e Vera Adelino.
Com a Secom/PB