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CARTA ABERTA

Mulheres da ACVPB fazem abaixo-assinado

João Pessoa, 08 de março de 2025

Prezados/as,

Nós, mulheres da Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB), viemos, por meio desta carta, manifestar nosso repúdio e indignação diante da postura da diretoria da entidade, e em relação à convocação e posterior cancelamento do cordel coletivo, em homenagem ao Mês da Mulher.
Inicialmente, em 15 de fevereiro de 2025, a diretoria da ACVPB, através do presidente Poeta Merlânio Maia, anunciou a chamada para a escrita do cordel, direcionada exclusivamente às mulheres da entidade. No entanto, sem qualquer diálogo prévio conosco, o tema, a métrica, o formato e até a data de lançamento foram impostos, ignorando nossa participação ativa no processo de decisão. Quando nós questionamos essa falta de inclusão, fomos tratadas com desprezo, e nossas reivindicações foram minimizadas.
Como resposta à nossa inquietação, o presidente da ACVPB publicou um comunicado oficial no site da entidade, onde tentou deslegitimar nossa posição e classificar nossas manifestações como protesto infundado. Além disso, o vice-presidente, Dalmo de Oliveira, ao invés de se posicionar de maneira respeitosa, ironizou nossa reivindicação compartilhando um card com link sobre terapia para mulheres — um ato carregado de insensibilidade e misoginia.
Essa postura autoritária e desrespeitosa contraria o próprio Código de Ética da ACVPB, que preza pela liberdade de expressão, transparência e respeito aos confrades e confreiras. Não podemos aceitar que, dentro de uma entidade, que deveria celebrar a diversidade e o talento de seus membros, as mulheres sejam sistematicamente invisibilizadas e desvalorizadas.
O princípio da força e representatividade de uma Casa de Cultura, como a ACVPB, é exatamente manter-se legítima, ética e inclusiva, aberta à diversidade em toda a sua plenitude. As argumentações e anseios das confreiras da ACVPB são legítimos, mas por quais razões causaram um total desconforto aos seus dirigentes, ocasionando a falta de decoro e profundo desrespeito? Mais do que uma provocação, convidamos nossos confrades e confreiras a refletir sobre a questão, de modo que possamos dialogar sem ferir os ânimos já inflamados pela deselegância, desrespeito e falta de empatia.
Diante disso, exigimos uma retratação pública da diretoria da ACVPB, veiculada no site da entidade, reconhecendo o erro cometido e garantindo que situações como essa não voltem a acontecer. Nós, pesquisadoras, poetas e poetisas, temos voz, talento e legitimidade para ocupar todos os espaços dentro da Academia, e não aceitaremos qualquer tentativa de silenciamento.

Atenciosamente,
Confreiras da Academia de Cordel do Vale do Paraíba

Assinam a carta:

Anne Karolynne
Annecy Venâncio
Beth Baltar
Claudete Gomes
Clau Teixeira
Cristine Nobre
Dalva Mendonça
Joseilda Diniz
Juliana Soares
Maria da Soledade
Marineuma Oliveira
Palloma Brito
Sheilla Virgínia
Valéria Barreto
Vera Adelino

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